Missão Resgate – PT 35 anos – Por Humberto Tobé

PT Santo André
Por PT Santo André fevereiro 11, 2015 16:09

Missão Resgate – PT 35 anos – Por Humberto Tobé

Um partido que nasceu para fazer a diferença! Embora o embrião para a formação do Partido dos Trabalhadores tenha sido formado na década anterior, o dia 10 de fevereiro de 1980 se apresenta como a data oficial da fundação da instituição partidária que fez e faz história no país.

Nasci, na prática, paralelamente à gestação do PT. Sou apenas um mês mais novo. E muito privilegiado em acompanhar o crescimento do partido, seja na minha infância, adolescência e fase adulta.

Pequenino ainda, nos anos 1980, a chamada década perdida por alguns pessimistas de plantão, teve muita coisa boa! Na arte, literatura, música e até na política… Sim! Foi ali, no meio da década, que o Movimento ‘Diretas Já’ deu o impulso necessário para sepultar, de uma vez por todas, a ditadura militar instalada no país desde os anos 1960.

A democracia vencia a imposição e a liberdade do povo brasileiro era comemorada nas ruas. Surgia, então, mais precisamente na região, duas lideranças que se destacariam nos anos seguintes. Luiz Inácio Lula da Silva, o migrante nordestino que se instalou em chão de fábrica para lutar pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras; e o andreense Celso Daniel, o visionário e competente administrador que dialogava com todos os setores da sociedade com enorme facilidade.

Vale lembrar que o Partido dos Trabalhadores sempre foi uma escola de formação e referência para o povo, fato este que se comprovou nos governos pelo país afora. O PT sempre esteve na dianteira dos debates que interessavam diretamente à população. Prova disso é a primeira candidatura de Lula à presidência da república, em 1989. Em quase dez anos, a legenda já tinha planos para implementar o legado da justiça social no país.

Enquanto isso, Celso Daniel já fazia história em Santo André, ao criar o Orçamento Participativo, instrumento que se tornou referencia de participação popular para demais governantes do Oiapoque ao Chuí.

Concentrado nos estudos, o PT começou a fazer parte da minha vida. Ambos adolescentes, estávamos na fase da afirmação durante a década de 1990. O momento de decidirmos o que queremos para o futuro das nossas vidas. Lula disputaria mais duas eleições. O embate era necessário para avançar nas mudanças propostas pelas raízes do PT. Paralelo a isso, o sangue petista começava a correr em minhas veias. Me simpatizei com os ideais! Na escola já presidia o grêmio estudantil. E, muito influenciado pela liderança do já eleito pela terceira vez prefeito andreense, começo a participar ativamente da juventude da estrela vermelha.

Ao entrarmos na terceira década de vida, minha candidatura a vereador de Santo André expressa um desejo de lutar pelos direitos dos jovens, das mulheres, dos estudantes, da família… Não obtive êxito nas urnas, porém, o pleito me fez crescer como pessoa. Entender como funciona a democracia.

Democracia esta que fez o Partido dos Trabalhadores vibrar muito com a primeira eleição vitoriosa de um trabalhador, operário e metalúrgico. Era o próprio Lula, que nos dava o exemplo daquele ditado. “Lutar sempre, desistir jamais”. O povo brasileiro estava de alma lavada. Alguém finalmente olharia para a parcela menos favorecida da sociedade. E aqui já adianto 12 anos à frente, ao passo que os governos Lula e Dilma tiraram 33 milhões de pessoas da extrema pobreza.

No entanto, menos de um ano antes de comemorarmos o feito histórico, em janeiro de 2002, sofríamos um baque profundo ao perdemos Celso Daniel, assassinado brutalmente.

Em Santo André, a missão do PT foi reconstruir as fileiras partidárias, abaladas pelo fato, e preservar o legado do tri prefeito, obra autoral que estará na memória de cada andreense.

O PT sempre teve como uma de suas principais vertentes a abertura do diálogo e a proximidade com os movimentos sociais. Embora muitas vezes, como no caso da cidade do ABC, a disputa extrapole o âmbito politico e crie divergências pessoais, ao promover sequelas e feridas difíceis de serem curadas. Mesmo adulto e amadurecido, o PT também ficou refém dos erros e acertos, como todo e qualquer partido. A diferença é que, nacionalmente, a ‘estrela’ soube lidar muito bem com as adversidades e sair ileso do processo. Assim, o PT não teve interrompida sua caminhada na promoção das transformações sociais. Já em Santo André, o partido não conseguiria driblar o ‘racha’ e teve que, internamente, identificar as falhas para voltar mais forte, após doze anos à frente da prefeitura andreense.

Prestes a completar três décadas de existência, assumo a responsabilidade coordenar politicamente o PT nos sete municípios do ABC. Isto me traz um aprendizado indescritível ao participar, logo no primeiro ano na dianteira da Macro, da eleição vitoriosa de Dilma Rousseff.  Também percebo que o PT, não naquele momento, mas há algum tempo começara a se tornar uma instituição partidária preocupada com os anos pares, ou seja, o anuário eleitoral.

E nesta década vigente a visão critica se aprofunda, tendo em vista que aquele Partido dos Trabalhadores, que sempre encampou a luta pela justiça social, da perseguição pela igualdade de oportunidades no estudo e trabalho, pela honesta distribuição de renda, começou a ficar para trás.

A crise de identidade se acentuou nas últimas eleições, um termômetro para sabermos como a população avalia o partido. “Diga com quem tu andas que eu te direi quem tu és”. Este ditado nunca fez tão sentido quanto agora.

O PT tem todas as condições de resgatar a aura do passado e não jogar fora toda a história construída.

Basta simplicidade em reconhecer que a ascensão do povo brasileiro é o principal sentido da existência do Partido dos Trabalhadores!

*Humberto Tobé é secretário de Comunicação do PT de Santo André

Fonte:

http://www.humbertotobe.com.br/

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Por PT Santo André fevereiro 11, 2015 16:09