Santo André, 471 anos – por Bete Siraque
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Santo André, 471 anos!
Falar de Santo André, hoje, significa revisitar alguns paradigmas estabelecidos para nossa cidade em outros tempos, especialmente o legado da gestão Celso Daniel e outras do PT.
Participei da construção de um modelo de cidade, em todas as gestões do PT, do Celso Daniel a Carlos Grana, quando a ação governativa estava subordinada e relacionada com as práticas e objetivos de caráter coletivo para a resolução de problemas, tendo a política enquanto exercício de diálogos permanentes com o conjunto da cidade.
As gestões petistas eram dedicadas ao compromisso permanente com o desenvolvimento econômico, urbanístico e social do município, com esforços gigantescos para atrair novas empresas e garantir a permanência das já estabelecidas, promovendo o desenvolvimento local e regional, a participação ativa dos sindicatos na busca da garantia da qualidade de vida das pessoas e a geração de novos postos de trabalho e renda.
Outra constante era a preocupação com a cidadania e com a redução das desigualdades sociais. A inversão de prioridades, que visava traduzir o compromisso com a igualdade de oportunidades e de direitos, da modificação da cultura política, tendo como centro do debate as pessoas, enquanto indivíduos e inseridas na coletividade.
A modernização administrativa enquanto promotora da qualidade de vida das pessoas, voltada à prestação de serviços públicos mais eficientes e promotora de um governo forte, justo e transformador em oposição a um Estado mínimo e excludente.
A menina dos olhos, sem a qual nada faria sentido, era e será sempre a participação popular como indutora para a resolução dos problemas reais da população, em plena relação entre poder público e as comunidades locais e regionais, no combate ao fisiologismo, ao clientelismo e aos favorecimentos privados, conceitos fundantes das nossas gestões e que buscaram possibilitar a qualidade de vida das pessoas e a forma democrático-participativa de relacionamento político.
A preocupação com a Cidadania e com a redução das desigualdades se tornam, ainda, imperativas em nossa atualidade.
Significa pensar em alguns aspectos sobre o entendimento de Gestão Pública, ou seja, na ampliação do espaço público de forma a garantir a participação ativa da cidadania nas definições das políticas públicas; na garantia universal de acesso às oportunidades de trabalho e ao acesso aos serviços públicos; no esforço de combate à pobreza, à fome, à redução das desigualdades, universalizando os serviços públicos, tais como: educação, saúde, cultura, lazer, infraestrutura especialmente voltados aos segmentos alijados de proteção, cuidados e direitos: mulheres, crianças, adolescentes e idosos em situação de vulnerabilidade e risco social.
Preocupação com as instituições governamentais, uma administração pública capaz de fazer uso responsável e transparente dos recursos públicos, baseando-se em critérios impessoais no atendimento às demandas em relação aos fornecedores e executores de obras e serviços públicos e, assim, rompendo com favoritismos, clientelismos, pautando-se sempre pela ética nas contratações e superando as práticas excludentes.
A organização da cidade deve pautar-se por meio do Planejamento, da formulação e implementação de políticas públicas a partir de consensos entre Povo, Governo e Instituições.
Hoje, percebe-se que tantas foram as perdas, não somente nas questões materiais, mas especialmente as de evasões humanas, nas relações sociais e culturais, às quais devemos dedicar nossa atenção.
Transformando contornos de uma cidade de vitrine para uma cidade real, plural, democrática, saudável, educadora, inclusiva e participativa.
Prof. Bete Siraque
Pedagoga, mestre em História da Ciência.